Tribo reivindica expulsão de garimpeiros, fechamento de mineradora e demarcação da reserva.
BRASÍLIA — O influente líder indígena Megaron Txucarramãe tentava negociar ontem a libertação de cinco reféns mantidos em cativeiro desde segunda-feira por caiapós armados com flechas envenenadas na Reserva do Baú, sudoeste do Pará. Os reféns são o chefe interino do posto local da Fundação Nacional do Índio (Funai), Luis Carlos Sampaio, dois caiapós funcionários da Funai e dois garimpeiros.
O cacique Montinó e os 80 guerreiros pintados para a guerra reivindicam a expulsão de todos os garimpeiros, o fechamento da Mineradora Mato Velho e a demarcação da reserva. Há outros 200 índios na aldeia.
Sampaio informou por rádio, na segunda-feira, à sede da Funai em Brasília, que ele, os outros funcionários e os garimpeiros haviam sido tomados como reféns, com o piloto e o avião que os havia levado para lá. Ele vinha de Brasília, onde estivera acompanhando Megaron, que veio fazer tratamento de saúde. Segundo Sampaio a situação era “muito tensa”.
O presidente da Funai, Sulivan Silvestre de Oliveira, destacou o próprio Megaron para intermediar a libertação dos reféns. O líder indígena chegou à aldeia do Baú ontem, às 10 horas. Ele levou uma carta do presidente da Funai, endossada pelo ministro da Justiça, Renan Calheiros. Nela, propõem que Megaron retorne com três caciques caiapós, entre eles Raoni, para uma audiência com o ministro, prevista para segunda-feira.