Vizinhos acusam polícia de saquear casa de doceira

Aparelhos eletrônicos desapareceram e guarda-roupa foi arrombado

 

 

RIO – Renata Queiroz Freire teve uma surpresa ao entrar ontem à tarde em sua casa, na Favela da Rocinha, numa área conhecida como Valão. Seus aparelhos de DVD, videocassete, som e até seu radinho tinham sido roubados. Só a TV de 29 polegadas, talvez grande demais para os ladrões, estava no lugar. Seu guarda-roupa tinha sido arrombado. A perplexidade de Renata aumentou quando os vizinhos lhe disseram ter visto policiais militares saindo de sua casa, às 7 horas, com um saco grande cheio de objetos.

Renata diz que contou a história aos primeiros policiais que viu na rua – há mais de 1.200 na Rocinha. Os PMs a orientaram a procurar o 23.° Batalhão da Polícia Militar. Chorando, Renata desceu a Estrada da Gávea, que corta e favela, e parou na sede da União Pró-Melhoramentos dos Moradores, para buscar apoio. “Comprei tudo com muito sacrifício”, disse Renata, de 25 anos, que trabalha como doceira no restaurante Gula Gula, na zona sul. “Moro aqui há 20 anos e os bandidos nunca me roubaram. Agora a polícia vem me roubar?”


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