DENVER, EUA – Três homens foram presos em Denver sob suspeita de planejar o assassinato do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama.
As prisões envolveram a polícia estadual do Colorado, o FBI e o serviço secreto americano. Os homens portavam dois fuzis com mira telescópica, 80 balas para os fuzis, um colete à prova de balas, walkie-talkies e dezenas de gramas de metanfetamina, e disseram ser contra a eleição de um negro para a presidência.
O procurador da República no Colorado, Troy Eid, afirmou que Obama não correu riscos, e que o serviço secreto e a polícia ainda estão investigando se os três homens têm relação com algum grupo. “Não temos evidências até o momento de que se trate de uma conspiração”, disse Eid, em entrevista coletiva ontem à tarde. “Mas não descartamos nenhuma possibilidade.”
O procurador acrescentou que “pessoas drogadas com metanfetamina podem fazer coisas incrivelmente estúpidas”.
Uma mulher não-identificada que estava com os homens disse tê-los ouvido dizendo que “não podiam acreditar como um negro podia estar tão perto de se tornar presidente”. Um dos presos, Nathan Dwaine Johnson, disse ao agente do serviço secreto que o prendeu que “não tinha nenhum motivo político para matar Obama, a não ser o fato de ele ser negro”. Eles se hospedaram no Hotel Hyatt de Denver porque acreditavam que Obama também estava hospedado lá. Os outros presos foram identificados como Tharin Robert Gartrell e Shawn Robert Adolf. Todos tinham passagens pela polícia por furtos, porte de armas e de drogas. Gartrell foi o primeiro a ser preso pela polícia estadual, no domingo, quando dirigia uma caminhonete Dodge de forma errática por uma avenida de Denver. Ele levou a polícia aos outros suspeitos.
Cerca de 100 manifestantes foram detidos depois de terem sido contidos pela polícia com spray de pimenta e balas de borracha a pouco mais de 2 quilômetros do local onde se realiza a convenção democrata, o Pepsi Center. Eles foram acusados de bloquear as ruas e causar tumultos. A polícia afirmou que está confiante de que os protestos não conseguirão perturbar a convenção.
A região em torno do Pepsi Center está cercada de um impressionante aparato de segurança, que mobiliza a polícia, o Exército e até mesmo agentes com a inscrição “Serviço Secreto” impressa no colete a prova de balas. A convenção atraiu a Denver manifestações de todos os tipos: contra o aborto, defendido por Obama; contra a guerra no Iraque, rejeitada pelo candidato democrata; de simpatizantes de Hillary Clinton, derrotada por Obama nas primárias; de apoio ao candidato republicano John MacCain; e até mesmo de grupos que não têm ligação direta com a eleição presidencial americana, como a seita chinesa Falun Gong, reprimida na China.
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