Governador paulista quer atrair investimentos chineses para obras de infra-estrutura
PEQUIM – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, veio negociar a participação da China em investimentos que ultrapassam meio bilhão de dólares no Estado. De posse da nova lei estadual de Parceria Público-Privada, aprovada há duas semanas, Alckmin quer atrair os chineses para a construção do trecho sul do rodoanel e do ferroanel, para o trem expresso para o Aeroporto de Cumbica, novas linhas de metrô e a modernização dos portos de Santos e São Sebastião, além de um gasoduto.
Para levar adiante as negociações, o governo de São Paulo vai inaugurar um escritório de representação junto com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), em Xangai, o centro financeiro da China. De acordo com o governador, a asa sul do rodoanel e o tramo sul do ferroanel serviriam para escoar o minério de ferro e a soja exportados para a China. O mesmo aconteceria no caso da modernização dos portos.
A construção do rodoanel entre a Rodovia Régis Bittencourt e Mauá, passando pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, está orçada em US$ 400 milhões. A asa sul do ferroanel deve custar outros US$ 125 milhões. Já o Porto de São Sebastião precisaria de US$ 50 milhões para o aprofundamento de seu calado, de 8,5 para 14 metros, podendo, assim, receber navios maiores.
O governador salientou também o esforço para incrementar as exportações dos produtos de São Paulo para a China, que segundo ele aumentaram 28% no primeiro quadrimestre, em comparação com igual período do ano passado. O Estado responde por 37% das exportações brasileiras.
Uma das idéias é abastecer a China com etanol como combustível alternativo para automóveis, de maneira a reduzir a poluição, um problema grave nas grandes cidades chinesas. Junto com o álcool, viriam os automóveis com a tecnologia flex fuel, também desenvolvida em São Paulo, que permite dosar a mistura com a gasolina.
Além de Alckmin, participam da comitiva do presidente Lula os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), do Piauí, Wellington Dias (PT), do Acre, Jorge Viana (PT), e de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Indagado sobre como se sentia na condição de único não-petista na viagem – Aécio passou na vinda por Londres, para participar de seminário sobre investimentos -, Alckmin respondeu que “democracia exige civilidade e parceria entre os vários níveis de governo”.