Iraque retoma represa

Soldados iraquianos ocupam represa de Mossul, depois de expulsar Estado Islâmico com ajuda dos EUA

Iraquianos retomam controle de represa

Avanço dos guerrilheiros curdos se segue a dois dias de bombardeios americanos

Lourival Sant’Anna (Texto, fotos e vídeo)

ENVIADO ESPECIAL / ZAKHO, IRAQUE

Depois de dois dias de bombardeios americanos contra posições do Estado Islâmico ao redor da represa de Mossul, combatentes curdos, conhecidos como peshmergas, avançaram ontem e retomaram boa parte da estratégica fonte de água e das barragens que regulam a vazão do Rio Tigre. A informação foi confirmada ao Estado por Hisham al-Brefkani, presidente da Comissão de Energia e membro da Comissão de Segurança do Conselho Provincial (equivalente à Assembleia Legislativa) de Nineveh, da qual Mossul é a capital.

“Os peshmergas começaram a avançar hoje em direção à represa, com apoio aéreo americano”, disse Brefkani, pelo telefone. “O Estado Islâmico (EI) se retirou. A batalha não foi acirrada. Os comandantes do EI fugiram. Agora a represa está sob controle dos peshmergas, mas ainda há bolsões no sul dela que precisam ser enfrentados.” Militares americanos anunciaram ter destruído ou danificado 19 veículos e um posto de controle dos jihadistas.

Os combatentes curdos anda estavam ontem tentando retirar minas e armadilhas com explosivos deixados pelos jihadistas ao redor da represa, informou a BBC. A represa havia sido tomada no dia 7 pelo Estado Islâmico, que controla também Mossul, a segunda maior cidade do Iraque. 

A retomada da represa, se consolidada, é o primeiro revés sofrido pelos jihadistas desde o início de sua ofensiva, em junho, e o início dos bombardeios americanos, há uma semana. Havia temores de que o grupo pudesse dinamitar as comportas e inundar o leito do Tigre, que banha a capital, Bagdá. O Pentágono afirmou que só deu início ao bombardeio, no sábado, depois de ter recebido informação de inteligência de que não havia risco de os jihadistas, sob ataque, sabotar as barragens.

O politico curdo Hoshyar Zebari, ministro das Relações Exteriores do Iraque até o mês passado, disse que o objetivo da operação é “limpar” a planície de Nineveh para permitir o retorno de minorias, como yazidis e cristãos. 

 
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