Advertência é mais um contencioso para Obama tratar com Xi Jinping no mês que vem em Washington
Conforme se aproxima a data do encontro entre os presidentes Barack Obama e Xi Jinping, no mês que vem em Washington, as queixas dos Estados Unidos para com a China vão se avolumando. Depois do suposto roubo de informações confidenciais de um site do governo americano e da desvalorização do yuan, surge agora a notícia de uma advertência para que agentes chineses ponham fim a operações clandestinas nos EUA para pressionar cidadãos da China com problemas com a Justiça a regressar ao seu país.
De acordo com reportagem do jornal The New York Times publicada nesta segunda-feira, o Departamento de Estado americano se queixou do assédio de agentes chineses contra contra cidadãos do país, no âmbito da Operação Caçada à Raposa. A operação em si é pública, e visa, segundo o governo chinês, obter a extradição de foragidos acusados de corrupção na China. Entretanto, de acordo com os funcionários americanos, a operação abrange também chineses acusados de crimes políticos. Os agentes estariam ameaçando represálias contra familiares dos foragidos que vivem na China, se eles não voltarem ao país. Essa é uma prática comumente adotada por regimes autoritários, que inibe a fuga ou força o retorno de desafetos para seus países.
A China e os Estados Unidos não têm tratado de extradição. Pela lei, policiais e investigadores de outros países só podem agir nos EUA com autorização do Ministério Público.
O governo americano também acusou recentemente os chineses de invadir o banco de dados do Escritório de Gestão de Pessoal e de roubar milhões de cadastros de funcionários públicos e de contratados privados.
Há uma intensa atividade de espionagem recíproca nos dois países, tanto no campo militar quanto comercial, mas mesmo nessa área cinzenta são estabelecidos alguns limites. Coletar informações no terreno é diferente de invadir bancos de dados e sequestrar pessoas. Entretanto, os Estados Unidos também têm feito ambas as coisas.
As atividades da Agência Nacional de Segurança (NSA) reveladas pelo ex-funcionário Edward Snowden incluíam interceptações de conversas e de dados e invasão de sistemas. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, agentes americanos realizaram extensas caçadas de suspeitos de terrorismo, e os levaram à força para Guantánamo e outras prisões, sem passar por processos de extradição.
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