Não havia muito o que ver: maioria dos moradores deixou Baba Amr depois de bombardeios do governo
HACIPASA, Turquia – A subsecretária-geral da ONU, para Assuntos Humanitários, a britânica de origem guianesa Valerie Amos, visitou ontem o bairro de Baba Amr, em Homs, intensamente bombardeado pelo Exército sírio, que rechaçou os rebeldes da área na quinta-feira. Valerie, que pediu às autoridades sírias acesso à área na sexta-feira, e só foi atendida na terça, ficou no bairro durante 45 minutos, acompanhada de uma equipe do Crescente Vermelho sírio.
Aparentemente, já não havia muito para ver: “Eles constataram que a maioria dos moradores havia partido”, disse Hicham Hassan, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Genebra. A suspeita de agências humanitárias é a de que as forças de segurança queriam “limpar a área” e encobrir vestígios de atrocidades antes da chegada dos observadores.
Histórias macabras continuam emergindo de Baba Amr, onde dois jornalistas foram mortos e outros dois ficaram feridos no dia 22. O oposicionista Mohamed al-Homsi disse à agência Reuters que milicianos leais ao regime mataram a facadas na terça-feira sete homens de uma mesma família, incluindo um garoto de dez anos, e que seus corpos foram jogados em uma fazenda.
Moradores de Jabal al-Zawyia, no norte da Síria, afirmaram que as forças de segurança tomaram como reféns 30 famílias, exigindo, para liberta-las, a entrega de 3 desertores do Exército sírio, que estariam escondidos na área. A informação foi repassada ao Estado por oposicionistas sírios na Turquia.
Segundo os relatos, os desertores são da minoria alauíta, à qual pertence o presidente Bashar al-Assad.
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Martin Dempsey, declarou ontem em audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado americano que o presidente Barack Obama lhe pediu opções de ação na Síria. O leque inclui operações aéreas de distribuição de ajuda humanitária, monitoramento naval, vigilância aérea das atividades dos militares sírios e o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea.
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