Três organizações não-governamentais do Brasil apresentaram radiografia da Amazônia e propostas de soluções
JOHANNESBURG – Três organizações não-governamentais do Brasil apresentaram hoje, em Johannesburgo, um diagnóstico sobre os problemas da Amazônia e propostas de soluções. Os trabalhos foram apresentados para uma platéia de delegados estrangeiros, incluindo o ministro do Meio Ambiente da África do Sul, Ben Ngubane, e técnicos do governo brasileiro, no fórum da sociedade civil, que se realiza paralelamente à Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável.
O primeiro estudo, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), avalia o impacto ambiental do desmatamento ao longo das rodovias da Amazônia e mostra como medidas de “boa governança” poderiam atenuá-lo. Entre essas medidas, Ana Cristina Barros, do Ipam, cita o estímulo de uma produção nos padrões ambientais corretos, o controle de fiscalização das queimadas, etc.
Em seguida, Adilson Vieira, do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), apresentou um panorama da situação da população na região, com a forma de ocupação, os projetos do governo e o que a sociedade civil está fazendo. “Tem havido avanços na forma de gerir os recursos naturais, mas persiste a lógica do desmatamento, do gasoduto, da hidrovia”, diz Vieira.
Por último, Juliana Santilli, do Instituto Socioambiental (ISA), mostrou a importância de regular o acesso aos recursos genéticos da floresta, argumentando que, com a presença do Estado, leis adequadas e a participação da sociedade civil, é possível preservar esses recursos. Noutro evento, de manhã, o ISA e outras ONGs dos nove países amazônicos apresentaram os primeiros resultados da Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas. “É o primeiro cenário que junta informações dos nove países sobre terras indígenas e áreas protegidas”, disse Carlos Alberto Ricardo, do ISA. “Esse trabalho mostra que a sociedade civil está se articulando para produzir sua própria informação.”
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