Brasil vai ajudar a mapear e prospectar petróleo angolano

Assim como os brasileiros, angolanos estão se voltando para suas reservas em terra, depois de se concentrar em águas profundas

LUANDA, Angola – O Brasil firmou ontem com Angola um acordo de cooperação técnica para o mapeamento e prospecção de reservas de petróleo em território angolano. Assim como o Brasil, Angola tem-se concentrado até agora na exploração de petróleo no mar – até porque seu território estava tomado pela guerra civil -, e agora pretende prospectar suas reservas em terra.

Esse novo filão pode ser uma porta de entrada para a Petrobrás, que tem tido participação marginal em Angola. A estatal brasileira extrai apenas 13 mil barris de petróleo por dia no país, quando sua intenção é a de extrair no mínimo 50 mil barris em cada área que detém no exterior.

Angola tem reservas comprovadas de 10 bilhões de barris de petróleo. O Brasil, com um território sete vez maior, tem 15 bilhões. “Aqui, o ambiente é muito competitivo”, diz o gerente-geral da Petrobrás em Angola, Renato Pimenta de Azevedo. “Todas as grandes multinacionais estão presentes. É briga de cachorro grande. Estamos apostando bastante nessa visita (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), para poder crescer aqui em Angola.”

Azevedo explicou o motivo pelo qual a Petrobrás não participou do primeiro leilão de campos de petróleo em São Tomé e Príncipe, na semana passada, uma ausência que Lula estranhou. Segundo o gerente, a estatal já tem forte presença na Nigéria, país que divide esses campos com São Tomé. A Petrobrás tem na Nigéria quatro blocos, com 600 a 800 milhões de barris já descobertos. “É um comprometimento financeiro de longo prazo e pesado, da ordem de US$ 1,5 bilhão em dois anos”, ponderou Azevedo.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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