Assim como o presidente brasileiro, Dhlakama sofreu seqüência de derrotas
MAPUTO, Moçambique – O líder da oposição de Moçambique, Afonso Dhlakama, foi pedir conselhos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre como vencer uma eleição depois de uma seqüência de derrotas. “Sinto-me como um doente que foi se encontrar com alguém que já teve a doença”, declarou Dhlakama, ao sair da reunião no Hotel Polana, onde Lula ficou hospedado em Maputo. “Vim comprovar que não é uma doença incurável, que um dia posso alcançar a cura.”
Dhlakama, de 51 anos, enfrentou o presidente Joaquim Chissano em duas eleições, em 1994 e 1999, e perdeu. Isso, depois de ter comandado a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) numa guerra de guerrilha contra as forças leais a Chissano, de 1975, ano da independência, até 1992, quando um acordo de paz abriu caminho para a democratização do país.
Dhlakama disputará a eleição no ano que vem com Armando Guebuza, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), de Chissano. O candidato do governo também foi recebido por Lula.
Depois de dois dias em Moçambique, o presidente e comitiva desembarcaram ontem em Windhoek, capital da Namíbia, às 16h45 (12h45 em Brasília). Depois de encontro reservado com o presidente Sam Nujoma, Lula participou de jantar em sua homenagem na State House, a residência presidencial.
Essa é a quarta escala de sua viagem de sete dias à África, que começou por São Tomé e Príncipe, passou por Angola e Moçambique. Hoje à tarde, Lula embarca para Pretória, na África do Sul. O presidente volta no sábado para o Brasil.
Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.