A coleção de 2 mil obras pode ser colocada no bolso e levada para casa graças ao computador
LONDRES — Um dos maiores acervos de arte do planeta pode agora ser posto no bolso e levado para casa. É que as mais de 2 mil obras da National Gallery, de Londres, foram digitalizadas em CD-ROM, e estão à venda nas lojas da galeria.
O sistema inclui não só os quadros do acervo da galeria, reproduzidos com excelente resolução, como também informações sobre os artistas, escolas, sua distribuição geográfica e histórica, etc.
O CD-ROM custa US$ 75. Ele é compatível com dois sistemas: Windows e Macintosh. As duas versões requerem um drive para CD-ROM e uma tela colorida capaz de reproduzir imagens de 256 cores. As imagens podem ser impressas normalmente numa impressora conectada ao computador. A única restrição é de direito autoral: o sistema não permite a impressão de obras com menos de 50 anos, cujo copyright ainda não foi liberado.
Com pequenas alterações, o CD-ROM é uma cópia do sistema disponível desde 1991 na chamada Micro Gallery, uma sala com 12 computadores aberta para o público na ala Sainsbury da gigantesca National Gallery. Com um simples toque do dedo, o visitante vai acessando as obras por quatro categorias: título, artista genero e atlas histórico. Pode também buscar palavras nos textos. O sistema oferece ainda o recurso de ampliação de determinadas partes do quadro, no esquema de zoom, para o exame mais detalhado de obras como O Chapéu de Palha, de Rubens, Banhistas em Asniéres, de Seurat, retratos de Hans Holbein ou naturezas-mortas de Cézanne.
Se quiser levar para casa reproduções (em preto e branco), o visitante compra um cartão por US$ 1,50, que lhe dá direito a cinco impressões. A Micro Gallery também fornece um serviço (não disponível no CD-ROM) pelo qual o visitante pode bolar o próprio roteiro. Basta ir apontando (literalmente) as obras que quer ver, e ao terminar, pedir o roteiro. Gratuitamente, é impresso um guia para a visita.
O sistema da Micro Gallery comporta 1,3 gigabyte de informações, sendo provavelmente o maior banco de dados do gênero no mundo. As imagens foram digitalizadas com um scanner, a partir de transparências dos quadros, de 10 polegadas por 8 ou mesmo a partir de slides de 35 milímetros.
São reproduzidas numa tela de 19 polegadas, com uma resolução de 82 pontos por polegada, especialmente desenvolvida para esse sistema — o normal são 72 por polegada. O sistema foi resultado de uma pesquisa de três anos.