Bush promete uma passagem de cargo sem turbulências

Depois de uma campanha extremamente polarizada e agressiva, o presidente George W. Bush prometeu ontem assegurar uma transição “pacífica” até a posse de Barack Obama, no dia 20 de janeiro.

MIAMI – Com o país submerso numa profunda crise econômica e em duas guerras simultâneas, a transição ganha um sentido de urgência. Segundo assessores, Obama já tem pronta a lista dos nomes para os cargos principais nas áreas da economia, defesa e relações exteriores, embora ainda não os tenha anunciado. 

Menos de 24 horas depois de as projeções sobre os votos apurados terem dado a vitória a Obama, a equipe de 13 coordenadores da transição foi anunciada, na noite de quarta-feira. Ele deve se reunir com Bush na Casa Branca na semana que vem, possivelmente já na segunda-feira, disseram assessores. Obama receberia ontem também um informe de inteligência de funcionários da CIA, o serviço secreto americano. Os seus assessores mais diretos já passaram pela triagem de segurança para terem livre acesso à Casa Branca.

“Essa transferência pacífica de poder é um dos pilares da democracia verdadeira”, disse Bush, diante de cerca de mil funcionários da Casa Branca, e ao lado da primeira-dama, Laura, numa espécie de ritual de despedida, depois de oito anos. “Assegurar essa transição tão suave quanto possível é uma prioridade para o resto de minha presidência. Enfrentamos problemas econômicos que não vão dar uma pausa enquanto o novo presidente se acomoda no cargo.”

A composição da equipe de transição confirmou as expectativas de que Obama, um senador em primeiro mandato sem experiência administrativa, deverá se servir amplamente dos assessores do ex-presidente democrata Bill Clinton. Um dos três coordenadores da equipe, John Podesta, foi o último chefe de gabinete de Clinton. Os outros dois são Valerie Jarrett, assessora direta de Obama, e Pete Rouse, chefe de seu gabinete no Senado. William Daley, ex-secretário de Comércio de Clinton, Federico Peña, seu ex-secretário de Transporte e Energia, e Susan Rice, integrante do Conselho de Segurança Nacional no seu governo, também fazem parte do grupo.

Havia ontem uma expectativa de que o nome do secretário de Tesouro fosse anunciado em breve. Entre os mais cotados estão Lawrence Summers, que ocupou o cargo no governo Clinton; o presidente do Banco Central do Estado de Nova York, Timothy Geithner; e Paul Volcker, presidente do Banco Central durante os governos de Jimmy Carter e Ronald Reagan. Mas há outros nomes, como o do mega-investidor Warren Buffett e o do economista-chefe de sua campanha, Austan Goolsbee.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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