Além de vitória de Obama, pesquisas indicavam perda de espaço republicano no Senado
PALM BEACH – As pesquisas e projeções pareciam confirmar ontem o pesadelo republicano: não só a eleição de um presidente democrata, mas a ampliação da maioria que o partido já possui na Câmara dos Deputados e no Senado. De acordo com dados preliminares, os democratas pareciam a ponto de ampliar sua bancada para cerca de 60 cadeiras no Senado, o que lhes permitiria evitar obstruções de votações pela minoria republicana.
Projeções divulgadas ontem pela rede CNN indicam que os democratas elegeriam ontem um senador em cada um de três Estados tradicionalmente republicanos: Virgínia, Carolina do Norte e Geórgia. Nesse último, o Partido Democrata investiu pouco dinheiro em comerciais e tinha poucos comitês.
A última pesquisa do Instituto Gallup, realizada entre os dias 31 e 2, mostrou uma vantagem democrata de 53% a 41% nas intenções de voto para o Congresso. No Senado, que realiza eleições alternadas a cada dois anos, 35 das 100 cadeiras estavam ontem em jogo. Os democratas têm hoje uma maioria de 51 a 49. Segundo as pesquisas, eles manteriam suas cadeiras e poderiam conquistar pelo menos outras oito.
Na Câmara dos Deputados, todas as 435 cadeiras estavam em disputa. Os democratas têm atualmente 235 e os republicanos, 199 (uma está vaga pela morte de um deputado). Os democratas poderiam ampliar a bancada em pelo menos nove cadeiras, segundo as pesquisas.
As pesquisas indicavam também um aumento do número de governadores democratas. Nos 11 Estados em que havia eleições para governador ontem, cinco favoritos eram democratas, quatro eram republicanos e dois estavam indefinidos.
Nas últimas semanas, diante das pesquisas que indicavam a vitória de Barack Obama e a ampliação das bancadas democratas na Câmara e no Senado, John McCain e o Partido Republicano começaram a martelar em seus comícios e programas de rádio e TV que os eleitores deviam evitar o “perigo” de os democratas “dominarem de cabo a rabo” a Casa Branca e o Capitólio. Segundo eles, os americanos ficariam sem o que chamam de “checks and balances”, o sistema de pesos e contrapesos pelo qual uma maioria oposicionista no Congresso fiscaliza o governo.
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