Dow Jones recupera parte das fortes perdas do dia anterior
NOVA YORK – Embalada por indicadores econômicos melhores do que os esperados e pela oportunidade de compra de ações a preços muito baixos, depois da histórica queda da véspera, a Bolsa de Valores de Nova York fechou em alta ontem. Dando continuidade à extrema instabilidade do mercado, o índice Dow Jones registrou alta de 4,68%, depois de ter tido na quarta-feira a pior queda dos últimos anos, de 7,87%.
A Nasdaq, que concentra ações de empresas de alta tecnologia, também teve alta de 5,49%, animada por uma declaração do presidente da Microsoft, Steve Ballmer, segundo a qual “ainda faria sentido economicamente” uma aquisição da Yahoo. A frase provocou alta de 10,6% nas ações da empresa, combalida por resultados fracos e pela concorrência do Google.
O dia começou sombrio em Nova York, com quedas fortes nas bolsas da Ásia, em especial a de Tóquio. O índice Nikkei fechou em queda de 11,41%, a segunda maior desde a “segunda-feira negra” de outubro de 1987. Este ano, o Nikkei caiu 45%. Mesmo com a alta de ontem, o Dow Jones registra uma perda de 35% em 2008.
As compras de ações se intensificaram nos últimos 90 minutos do pregão, impulsionadas pelos preços baixos e pelas notícias consideradas positivas, dentro do cenário de recessão tida como certa. As fortes quedas dos últimos dias também vinham sendo impulsionadas no final do pregão.
O índice de preços ao consumidor manteve-se estável em setembro em relação ao mês anterior, depois de ter caído 0,1% em agosto. O mercado esperava uma alta de 0,1%. O resultado anualizado é mais impactante: caiu de 5,4%, em agosto, para 4,9%.
Outro dado positivo veio do mercado de trabalho. Os pedidos de seguro-desemprego durante a semana encerrada no dia 11 registraram uma queda de 16 mil, chegando a 461 mil. Foi a segunda redução semanal consecutiva, depois de quatro semanas em que o índice vinha subindo. Os analistas previam que haveria 470 mil pedidos.
Já o preço do barril de petróleo fechou ontem em Nova York abaixo dos US$ 70 pela primeira vez desde agosto de 2007. O barril do West Texas Intermediate caiu para US$ 69,85, uma queda de US$ 4,69 em relação a quarta-feira. A redução se seguiu à divulgação, na quarta-feira, pelo Departamento de Energia, de um aumento expressivo das reservas americanas. Elas subiram 5,6 milhões de barris, chegando a 308,2 milhões na semana concluída no dia 10. O mercado esperava um aumento de apenas 2,2 milhões de barris. Em Londres, o barril do petróleo do tipo Brent também caiu US$ 4,48, fechando em US$ 66,32.
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