O Estado ouviu dois oficiais da Polícia Militar, cujo efetivo atua na Favela Tiquatira.
Eles não estavam autorizados pelo comando da PM a dar declarações, mas conversaram informalmente com o repórter e rebateram todas as denúncias dos moradores da favela, classificando-as de “incongruentes”.
Segundo eles, os policiais que prenderam Wagner Barbosa da Silva estão entre “os melhores do 51º Batalhão”. Um foi ferido com tiro de fuzil no assalto a uma agência do Santander, no ano passado. “Falar para mim que a minha tropa bate, extorque, é difícil”, reagiu um dos oficiais. Ele afirmou que tem contato diário com o tenente que comanda operações da força tática na Tiquatira, e cada ação é registrada.
O outro oficial disse que para os policiais não interessa fazer patrulha no escuro, e são os criminosos que estouram a iluminação. Ele afirmou também que os policiais não teriam vantagem em forjar flagrante de tráfico: uma ocorrência com drogas na delegacia pode levar cerca de dez horas para ser concluída, geralmente ultrapassando em muito a jornada de 12 horas. “Você acha que um pai de família vai andar com droga na viatura, para voltar para casa bem mais tarde?”, perguntou. “Quando aborda um suspeito e constata a droga, o policial faz a ocorrência porque não vai prevaricar.”
“Se quando Wagner foi preso com drogas os moradores fizeram o que fizeram, se realmente os policiais tivessem essas atitudes ilegais, você acha que a população ficaria inerte?”, questionou.