Segredo: o resort de Pitangui

Próximo à bela lagoa, será construído o primeiro resort do Rio Grande do Norte

 

PITANGUI, Rio Grande do Norte – À primeira vista, é apenas mais um dos balneários despretensiosos plantados na rota dos buggies que percorrem as dunas da costa do Rio Grande do Norte: um restaurante, um bar, uma loja de souvenirs, um cabo para travessia sobre a lagoa – escrachadamente batizado de aerobunda -, pedalins, caiaques e dois ultraleves.

A areia fina e branca que separa a bela Lagoa de Pitangui do mar, no entanto, guarda um segredo: ali deverá ser construído o primeiro resort do Rio Grande do Norte, 32 quilômetros ao norte do aeroporto de Natal, numa área de 2.200 hectares e 4 quilômetros de beira-mar, inicialmente com três hotéis, 15 pousadas, campo de golfe, parque ecológico e empreendimento imobiliário.

As redes hoteleiras estão estudando o projeto e preparando propostas. Ele prevê um hotel all-inclusive (bebidas, comidas e serviços incluídos na diária) de 275 quartos, um 4 estrelas de 300 e um condo-hotel com 140 apartamentos para hóspedes e 200 residenciais. A obra estará a cargo da Odebrecht.

Na primeira etapa, antes da construção dos hotéis, será feito um calçadão entre o mar e a lagoa, com infra-estrutura para a instalação de bares, restaurantes e pousadas dos dois lados. Essas obras devem começar em julho deste ano, para entrar em operação em setembro de 2002. Já os hotéis devem começar a ser construídos em outubro.

O Banco do Nordeste vai liberar linhas de financiamento para os pequenos e médios investidores e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) vai preparar estudos de viabilidade econômico-financeira para cada empreendimento. A Prefeitura de Extremoz (que tem jurisdição sobre o distrito de Pitangui) dará isenção de 20 anos de Imposto sobre Serviços (ISS) e de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A Universidade Potiguar, dona do empreendimento, vai dar os terrenos.

No parque ecológico haverá hípica, trilhas, o chamado turismo contemplativo — observação de aves e animais – e esportes radicais, como rapel, descida de árvores em corda, tirolesa (travessia com cabo), etc. Na lagoa, continuará proibido o uso de motor, para evitar poluição.

Haverá, ainda, uma fazenda modelo experimental, produzindo legumes e verduras sem agrotóxicos para abastecer os restaurantes e fornecer ervas medicinais. Para isso, já há uma sementeira.

Numa segunda fase, outros sete hotéis poderão emergir das dunas de Pitangui.

“É um projeto de 30 anos”, diz seu diretor, Aristeu Martins Júnior. “O mercado vai ditar o ritmo de seu desenvolvimento reservados”

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