O pesquisador colombiano Andrés Villamizar, da Rand Corporation, levanta uma hipótese polêmica para o nervosismo do presidente venezuelano Hugo Chávez com o uso de bases colombianas pelos EUA.
“A Venezuela parece estar prestes a entrar na lista do Departamento de Estado dos países que apoiam o terrorismo”, disse Villamizar.
Daí o esforço do líder venezuelano em tentar provar que os foguetes e outras armas vendidas pela Suécia à Venezuela e encontrados em mãos da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não foram entregues por seu governo. Chávez garantiu que eles foram roubados de um depósito do Exército em 1995, portanto três anos antes de ele assumir.
Segundo o analista colombiano Alfredo Rangel, as Farc nunca atacaram instalações militares na Venezuela. O assalto de 1995 foi efetuado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo guerrilheiro colombiano rival. “É absolutamente descartável que o ELN realize um ataque como esse e dê as armas às Farc”, assegura Rangel. Villamizar assinala que as Farc recebem armas da Venezuela por dois canais: de militares corruptos e dos que apoiam a guerrilha.
Para o coronel Carlos Alfonso Velásquez, não se pode descartar a repetição, noutro país, do que ocorreu no Equador em 2008, quando o Exército colombiano bombardeou um acampamento das Farc, matando o comandante Raúl Reyes. Uma ação dessas na Venezuela, com envolvimento americano, teria consequências imprevisíveis.