QUITO — A capital equatoriana amanheceu ontem preparada para uma guerra que não aconteceu.
Após criar enorme expectativa com suas ameaças de “tomar Quito”, para exigir a renúncia do presidente Jamil Mahuad e a destituição do Congresso e da Corte Suprema, os milhares de indígenas esperados não chegaram à capital. A não ser pelo extraordinário contingente de 6 mil soldados patrulhando as ruas, o movimento na cidade era normal.
O presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Antonio Vargas, disse ao Estado que muitos índios ainda estão sendo mobilizados e outros já começaram a descer de suas comunidades ao longo da Cordilheira dos Andes, em direção a Quito.
“Estamos bloqueando as estradas até terça ou quarta-feira, quando vamos tomar o país”, disse. “Será um levante total de todos os equatorianos, não só dos índios”, acrescentou. “Com o Parlamento, estamos defendendo uma mudança para evitar o derramamento de sangue.”