Erro no Paraguai dá votos brancos para os blancos

O diminuto Partido Blanco teve uma agradável surpresa seguida de amarga frustração, na contagem dos votos das eleições gerais paraguaias, realizadas no dia 10.

 

Aparentemente por uma confusão com o nome do partido, milhares de votos em branco para senador estavam sendo computados para o candidato blanco Gustavo Bader Ibañez. O caso está sendo investigado. Mas está confirmada a eleição de um senador pelo Partido Blanco, Gregorio Segovia Silvera. Dos restantes 44 senadores eleitos, 24 são colorados e 20 da Aliança Democrática, de oposição.

A contagem já terminou. O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral aguarda apenas o julgamento dos pedidos de impugnação, o que deve levar dez dias, para anunciar os resultados oficiais. O candidato colorado à presidência, Raúl Cubas, venceu com 53,7% dos votos, enquanto seu principal adversário, Domingo Laíno, da Aliança, teve 42,6%. Cubas terá maioria absoluta não só no Senado, mas também na Câmara, que tem 80 cadeiras: os colorados elegeram 47 deputados e a Aliança, 33. Isso não quer dizer que o presidente, que assume em agosto, reinará absoluto no Congresso. Os colorados estão divididos em três facções, lideradas pelo padrinho político de Cubas, general Lino Oviedo, preso por tentativa de golpe; pelo vice-presidente eleito e presidente do partido, Luis María Argaña; e pelo atual presidente, Juan Carlos Wasmosy.

 

Essas divisões levaram Wasmosy, há três anos, a firmar um “pacto de governabilidade” com a oposição, liderada pelo liberal Laíno. O pacto abriu caminho para a reforma do Judiciário. A Procuradoria-Geral da República ficou exclusivamente nas mãos da oposição, a Justiça Eleitoral tem maioria oposicionista e a cúpula do Poder Judiciário foi composta de forma equilibrada. O pacto e a posterior condenação de Oviedo a 10 anos de prisão valeram a Wasmosy a pecha de “traidor” dos colorados.

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