Mortes são atualizadas todo dia

Comissão Eleitoral afirma que só haverá votação em distritos guardados por militares e policiais

CABUL – É uma rotina macabra. Praticamente todos os dias, os jornalistas recebem comunicados das forças internacionais no Afeganistão, sobre a morte de militares, a maioria em explosões de bombas improvisadas colocadas nas estradas. Ao longo do dia de ontem, foram três comunicados: primeiro três militares, depois um civil a serviço deles, e no final mais um militar.

O porta-voz das Forças Internacionais de Assistência à Segurança (Isaf, em inglês) tem o cuidado de não repetir os textos literalmente. Mas, com variações, transmite suas “mais profundas condolências às famílias e entes queridos desses soldados, que enfrentam suas perdas trágicas”, e lembra que “esses soldados fizeram o mais alto sacrifício para ajudar a dar uma chance ao povo afegão de melhorar sua qualidade de vida”. As nacionalidades dos mortos só são informadas depois que suas famílias foram avisadas.

No domingo, foram dois militares, em dois incidentes separados. No sábado, quatro militares da Isaf, assim como quatro soldados afegãos, estavam entre os 90 feridos pelo carro-bomba em frente ao quartel-general da força em Cabul, que também deixou 7 civis mortos. Na quinta-feira, foram outros três militares mortos. O mês de julho teve o maior número de militares estrangeiros mortos desde a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos e seus aliados, em outubro de 2001: foram 75, dos quais 41 americanos. No total, mais de 1.300 militares estrangeiros morreram desde o início do conflito.

As mortes foram intensificadas a partir do ano passado pelo uso de explosivos nas estradas pelos insurgentes e pelas operações para forçar sua retirada de áreas por eles ocupadas. A Isaf reúne 62 mil soldados americanos e 39 mil de outros 27 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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