Fim do comunismo repercutiu na política alemã como um todo e trouxe o nazismo de volta à Alemanha Oriental
BERLIM – Do ponto de vista econômico, a reunificação representa um peso para a Alemanha. O alto déficit público – projetado em 3,7% este ano – foi impulsionado pelo pacote de estímulos contra a crise financeira internacional. Mas o déficit já era um problema crônico antes da crise, por causa das transferências de mais de €1 trilhão para a Alemanha Oriental.
Inicialmente, a reunificação deu impulso à economia de ambos os lados, com a demanda por produtos alemães ocidentais pelo mercado oriental. Mas, desde 1993, o impacto passou a ser negativo por causa das transferências de recursos – média de €70 bilhões por ano. A previsão inicial era que a reunificação custaria €100 bilhões.
“Ninguém previu que a convergência demoraria tanto e seria tão cara”, diz Joachim Ragnitz, diretor do Instituto de Pesquisa Econômica (IFO) em Dresden.
A Alemanha Oriental e os outros países do Leste Europeu não representaram um mercado tão significativo quanto os alemães ocidentais esperavam. Sua renda per capita e, em consequência, sua demanda, são baixas demais. O PIB da Alemanha Oriental representa 12% de toda a Alemanha.
“As expectativas que tínhamos em 1990 eram otimistas demais”, admite Ragnitz. “A reunificação foi um ônus do ponto de vista econômico, mas obviamente todos estamos contentes por ter havido a unificação política.”
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