Drama dos reféns continua sem solução

Realinhamento político no Oriente Médio ainda não alterou drama no Líbano

Mesmo com o fim da guerra no Golfo Pérsico e o novo alinhamento político na região, a situação dos 12 reféns ocidentais no Líbano continua um drama sem solução. A aparente disposição por parte da Síria e do Irã – principal apoio aos grupos seqüestradores – de se aproximar do Ocidente e obter, com a derrota do Iraque, hegemonia na região, fez crescer nos últimos dias a expectativa em torno da libertação dos reféns.

Em sua recente viagem pelo Oriente Médio, o secretário de Estado americano, James Baker, tratou do tema com o presidente Hafez Assad, da Síria, que mantém 40 mil soldados no Líbano e estreitos contatos com os seqüestradores. As especulações em torno da libertação se intensificaram depois que o presidente iraniano, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, reuniu-se em Teerã com dirigentes do Hezbollah, organização xiita sustentada pelo Irã e que, segundo se acredita, controla os grupos que detêm os reféns.

Na quarta-feira, o jornal libanês Ad-Diyar previu para sexta-feira a libertação dos seis americanos, e para ontem a dos três britânicos, dois alemães e um italiano. Mas ontem o jornal informou que “obstáculos de última hora” levaram à “paralisação das negociações”. Segundo Ad-Diyar, “as exigências declaradas e não-declaradas aparentemente não foram cumpridas”.

A onda de seqüestros teve início em 1984, quando o americano William Buckley foi capturado em Beirute. Buckley acabou assassinado em 86. Entre os atuais prisioneiros estão o jornalista Terry Anderson, da Associated Press, capturado há seis anos, e Terry Waite, enviado da Igreja Anglicana que negociava em 1987 a libertação de reféns.

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