Exército israelense afirma ter concluído destruição de túneis
GAZA – O Exército israelense retirou ontem suas tropas terrestres da Faixa de Gaza e deu início, às 8 horas locais (2 horas em Brasília) uma trégua de 72 horas, enquanto Israel e o Hamas negociam, com a mediação do Egito, um cessar-fogo permanente. As forças israelenses afirmaram ter concluído a destruição dos 31 túneis ligando a Faixa de Gaza a Israel, e se reagruparam do seu lado da fronteira, de prontidão para uma eventual ação do Hamas.
“Missão cumprida”, escreveu em sua página do Twitter o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz das Forcas de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês). Pouco antes do início da trégua, o Hamas lançou um salvo de foguetes, e explicou depois que se tratava de uma vingança pelos “massacres” cometidos por Israel. O escudo de mísseis israelense interceptou um foguete disparado contra Jerusalém, informou a polícia. Outro atingiu uma casa perto da cidade de Belém, na Cisjordânia, sem deixar feridos, informou a agência Reuters.
A movimentação se intensificou em Gaza, com os moradores saindo às ruas para fazer compras e sacar dinheiro dos caixas automáticos, nos bancos ainda fechados. Já ao norte, as cidades de Jabalya, Beit Lahiya e Beit Hanun continuavam semi-desertas. Alguns moradores disseram que preferiam continuar nas escolas onde estão abrigados, por receio de que a trégua não perdurasse, como aconteceu com a de sexta-feira, rompida por um confronto em um túnel em Rafah, no sul do território,1h30 depois de ter começado. Cerca de 500 mil pessoas estão desabrigadas, de uma população total de 1,8 milhão.
O Hamas começou ontem a elaborar sua narrativa de uma vitória sobre Israel. O porta-voz Sami Abu Zuhri qualificou a ofensiva israelense, iniciada dia 8, de “100% fracassada”. Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com seu gabinete em Jerusalém para discutir o pós-conflito, segundo seus assessores. Israel, o Hamas e a Jihad Islâmica, outro grupo baseado na Faixa de Gaza, enviaram representantes para o Cairo para negociar o fim do conflito.
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