Missão da ONU frustra moradores de Deraa

Por causa da presença de policiais e soldados, eles não puderam apresentar denúncias contra o regime

DERAA, Síria – A presença dos observadores da ONU na quarta-feira em Deraa, onde a rebelião síria começou há 13 meses, despertou poucas esperanças nos moradores da cidade, 100 km ao sul de Damasco, na fronteira com a Jordânia. “Vieram 6 da ONU, cercados por 600 policiais e soldados”, ironizou um ativista. “Se falássemos com eles, em seguida seríamos presos. Não pudemos chegar nem a 100 metros de distância.”

“Da outra vez que vieram os enviados da Liga Árabe (em janeiro), demos os nomes dos mortos e fizemos relatos dos acontecimentos”, lembrou outro ativista. “Até hoje não tivemos nenhum retorno disso.” Reunidos em um apartamento com o repórter do Estado, oito moradores de um bairro na região central de Deraa demonstraram sua desilusão com a comunidade internacional. “A ONU só está dando tempo ao regime”, disseram eles. “Na Líbia, levaram 48 horas para tomar uma decisão. Na Síria, faz mais de um ano.”

“(O presidente americano, Barack) Obama só fala que Bashar Assad tem de ir embora, mas não faz nada”, observou outro homem do grupo, que segundo eles todas as noites realiza protestos em sua rua, até a chegada da polícia e do Exército. “No começo, achamos que o Catar, a Arábia Saudita, a Turquia e a França nos apoiariam. Agora, sentimos que ninguém está conosco. Estamos sós.”

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