A polícia prendeu na noite de quarta-feira, em Istambul, 18 suspeitos de ligação com o grupo terrorista Al-Qaeda.
ISTAMBUL – As prisões coincidiram com a divulgação de uma mensagem da Al-Qaeda no Iraque, segundo a qual a visita do papa Bento XVI à Turquia era parte de um complô dos “cruzados” contra o Islã. A polícia negou, no entanto, ligação entre as prisões e a presença do papa na cidade.
Sete mil policiais foram mobilizados para proteger o papa e reprimir manifestações contra a visita, depois que um protesto reuniu 20 mil pessoas no domingo em Istambul. Quando grupos de dezenas de manifestantes se formavam ontem, eram rapidamente dispersos pelos policiais. Os mais insistentes eram agarrados pelo pescoço, empurrados para o chão e jogados dentro dos veículos da polícia. Franco-atiradores nos tetos dos edifícios vigiavam as ruas por onde passaria o comboio do papa. Veículos blindados e helicópteros davam cobertura.
Cordões de policiais e grades mantinham os manifestantes e curiosos longe de onde o papa passava. As principais avenidas da cidade eram bloqueadas todas as vezes que o comboio se movimentava. Istambul, uma metrópole de 10 milhões de habitantes cujo trânsito já é normalmente carregado, praticamente parou. Os motoristas reclamavam estar levando várias horas para chegar a seu destino, o que não contribuiu muito para a popularidade do papa. Depois de se reunir hoje mais uma vez com os patriarcas ortodoxos grego e armênio, o papa decola para Roma por volta das 13h (9h em Brasília) – para alívio dos motoristas.
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