Reformas têm perdedores com enorme capacidade de pressão, como é o caso dos trabalhadores com carteira assinada e sindicalizados. Um argumento eficaz, para essa minoria, é o de que um governo corrupto precisa roubar seus direitos porque desvia as riquezas do país. É por isso que outros países, como a Itália, e neste momento os EUA, seguem uma ordem: primeiro saem em busca de credibilidade, para depois realizar reformas. O caminho inverso, além de inviável, é prejudicial para a própria causa das reformas, porque sua proposta fica contaminada por um raciocínio que, embora matematicamente não tenha sentido – a corrupção é da ordem do milhão, enquanto os problemas econômicos são da ordem do bilhão – fica fixado no imaginário popular por muito tempo.