A legislação estadual é “permissiva” e precisa mudar. A opinião é de Sônia Silva, coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas da Secretaria Estadual de Educação, sobre o alto índice de faltas de professores, apontado ontem pelo Estado.
Segundo ela, o problema diminuiu com a política de dar bônus anuais de acordo com a assiduidade dos professores. Sônia não acredita que os baixos salários sejam determinantes. “Muitas pessoas que ganham os mesmos salários nunca faltaram, apesar de todas as adversidades”, argumenta. “É uma questão de compromisso com a educação. O professor tem de ter consciência do papel social que tem.” Para jornada de 30 horas, o salário inicial no ensino fundamental é de R$ 1.144, segundo a secretaria.
A coordenadora também é incisiva quanto à capacitação. “Quem quer, se aperfeiçoa”, diz. Pelo programa Teia do Saber, as diretorias de ensino firmam convênios com universidades e oferecem cursos nos fins de semana, com transporte pago. Quem participa, sobe na carreira. São oferecidas também bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com a secretaria, das 5.408 escolas estaduais, 4.637 estão informatizadas. Sônia diz que, nas escolas em que os alunos não têm acesso aos computadores, muitas vezes o que acontece é que os diretores têm medo de que eles quebrem. “Já dissemos aos diretores: mesmo que quebre, é para usar.”
A secretaria anunciou que vai liberar recursos extras para a manutenção dos computadores. Curso criado pela PUC-SP, com patrocínio da Microsoft, capacita diretores em “gestão da informação e da comunicação”. Sônia diz que a secretaria oferece “a todo professor que quiser” curso de informática básica e de uso de software em sua matéria específica.