Na última viagem, muita comoção

Circulação foi encerrada em 1968 e até hoje muitos se perguntam por que ele teve de parar

 O fim do bonde, em 1968, causou comoção. Alguns até hoje se perguntam por que esse meio de transporte, silencioso, limpo e regular, não podia continuar, obviamente acompanhando as inovações tecnológicas, como ocorreu na Europa e nos Estados Unidos. “Jogaram a culpa no bonde pelos engarrafamentos”, lembra o historiador Waldemar Stiel. “O bonde foi embora, os engarrafamentos ficaram.”

 Em 25 de abril, na última viagem do bonde, muitas pessoas foram se despedir, empunhando bandeirinhas. Nas escolas, crianças escreveram redações. Uma delas, de uma aluna da 1.ª série do Colégio Padre Manuel de Paiva, no Campo Belo, dizia: “O último bonde partiu com um adeus triste, apertando o nosso coração. Eu gostava do bonde, principalmente do seu chacoalhar, do seu apito, e de olhar pela janela e ver todos correndo, como se estivessem em alta velocidade. Depois que o bonde passou, a festa acabou, e todos foram embora, eu chorei. Adeus, bonde.”

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