‘Aqui ninguém fica no muro’

Wesley já fez de tudo. Vendeu geladinho na rua e vela no cemitério, cuidou de carro, vendeu panela de casa em casa. Aos 10 anos, entrou para a Casa do Zezinho “para fugir do tráfico”.

 

No Parque Santo Antonio, favela do Capão Redondo, viu entre 15 e 20 amigos morrerem e “cinco dúzias” serem presos. “Aqui, ninguém fica em cima do muro”, explica Wesley. ”Ou você é bom ou é mau. Ou chega junto ou é Zé Ruela.”

Na Casa do Zezinho, Wesley tomou gosto pelos esportes e pela dança. Descobriu que isso podia ser uma profissão. Decidiu estudar Educação Física – para desgosto de seu pai, que queria que ele trabalhasse em seu bar: “Faculdade é para rico.” Wesley teimou.

A Casa do Zezinho lhe deu cursos de reforço e lhe conseguiu uma bolsa de 100% na Unisa. Ele entrou em 2003 e terminou em 2006, e desde então é professor de musculação numa academia na Estrada de Itapecerica (periferia sul de São Paulo), e ainda trabalha como personal trainer em Moema, bairro de classe média. “Mostrei que as pessoas da periferia também podem vencer”, orgulha-se Wesley, hoje com 23 anos, casado, e com um filho de 2 meses. 


 

 

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