Presidente diz que crime tem também ramificações na política, entre empresários e na sociedade civil
LUANDA, Angola – “Os bandidos têm ficado desaforados.” Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à notícia do ataque em série a bases da polícia em São Paulo. Lula, em visita a Angola, chamou esse tipo de ação de “provocação feita habitualmente no Brasil”, e acrescentou: “Eles têm desafiado o Estado e eu acho que o Estado deve ser duro.
Para o presidente, o Ministério da Justiça está “construindo a base sólida para uma boa política de segurança pública no Brasil”, com convênios nos 27 Estados para promover a integração entre as polícias federal, militar e civil. “O crime organizado é mais difícil de combater porque tem o seu braço político, o seu braço judiciário, o seu braço empresário, o seu braço da sociedade civil”, disse ele.
“É preciso ter a polícia mais inteligente, mais preparada, e é isso que estamos fazendo para combater esses crimes que acontecem no Brasil”, continuou Lula, durante entrevista coletiva em Luanda, antes de embarcar para Maputo, capital moçambicana, em sua viagem de uma semana por cinco países africanos.
Para o presidente, é preciso também mudar o sistema prisional brasileiro, “para que quem esteja preso não possa de dentro da cadeia organizar o que aconteceu” na segunda-feira.