‘Minha missão era humanitária’, diz ao Estado o comandante da força da ONU
BEIRUTE – A confusão criada pela falta de autoridade no Sul do Líbano é ilustrada por um vídeo gravado durante a invasão das tropas israelenses a Marjeyoun, há uma semana. As imagens, exibidas pela TV do Hezbollah, mostram o general libanês Adnan Daoud, comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), recebendo amistosamente os oficiais israelenses. A recepção incluiu chá, a tradicional marca da hospitalidade árabe.
As imagens causaram indignação entre os libaneses, e surgiram rumores de que o general estaria preso, por traição. O Estado falou ontem pelo telefone com o general, que informou que estava em Beirute e nada lhe havia acontecido. “Os políticos queriam que eu lutasse com Israel”, disse o general. “Mas isso é impossível. Eles não sabem que minha missão era humanitária.”
Cristão ortodoxo do vilarejo de Khiam, fortemente bombardeado por Israel por causa de sua população xiita, o general Daoud é o único libanês na Finul, uma força de 2 mil soldados franceses, indianos, chineses e ganenses. Ele recebeu o Estado no seu quartel-general em Marjeyoun, no dia 7, três dias antes da chegada dos israelenses. Na época, disse que a solução era o destacamento do Exército libanês na região: “Não temos Exército aqui, e esse é o problema. Só tem a foto do presidente e a bandeira libanesa.”
No dia 11, Daoud deixou a região no comboio com centenas de moradores da região em direção ao norte. O comboio foi atacado por mísseis israelenses, que mataram sete pessoas – inclusive um integrante da Cruz Vermelha Libanesa.
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